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Henrique519

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Operação da Polícia Militar no centro de São Paulo já apreendeu 9.800 pedras de crack

17/01/2012 01:32

 

De acordo com o último boletim divulgado pela Polícia Militar de São Paulo, foram realizadas 5.614 abordagens policiais na operação para coibir o consumo e tráfico de drogas na cracolândia, região central de São Paulo. A PM também apreendeu 3,275 kg, ou cerca de 9.800 pedras (total apreendido apenas na região da Nova Luz), 15,159 kg de cocaína  e 42,524 kg de maconha.

Até esta segunda-feira (16), 109 pessoas foram detidas, incluindo 43 condenados pela Justiça. Houve também 94 flagrantes, incluindo ato infracional, quando ocorre infração cometida por criança ou adolescente.

Polícia faz operação para acabar com a 'cracolândia'

 
Foto 73 de 88 - 12.jan.2012 - Polícia dispara bombas de efeito moral e balas de borracha na rua Gusmões, na região central de São Paulo, durante a madrugada de sábado (7) Felix Lima/Folhapress
 
 
 

O boletim também informa que 1.165 pessoas foram encaminhadas para abrigos, 266 foram atendidas por serviços de saúde, com 80 internações e nove encaminhamentos para hospitais. Cerca de 107,8 toneladas de lixo foram recolhidas das ruas na região da  cracolândia.

Churrascão

O coletivo Dar (Desentorpecendo a Razão), movimentos sociais, moradores, frequentadores e comerciantes da região central de São Paulo realizou neste sábado (14), o "churrascão da gente diferenciada" na rua Helvétia esquina com a rua Dino Bueno, na cracolândia.

A ação é uma reação à operação na região da cracolândia. “O churrascão é uma reação bem humorada e bem organizada para mostrar que nem todos concordam com a mera expulsão dos dependentes da região como meio de solucionar o problema das drogas: um problema de natureza muito mais complexa do que aquilo com que o tratamento policial, comprovadamente, pode lidar”, explicam os organizadores no blog Luz Livre.

Grupos realizam "churrascão na cracolândia" contra a operação da Polícia Militar

 
 
 
 
 
Foto 32 de 50 - Diversos movimentos sociais, moradores, frequentadores e comerciantes da região central de São Paulo realizam o "churrascão da gente diferenciada" na rua Helvétia com a esquina com a rua Dino Bueno, na cracolândia, na tarde deste sábado (14) Mais Keren Chernizon/UOL

Para o coletivo DAR, a ação da PM não oferece alternativas razoáveis aos dependentes e desrespeita os direitos humanos. Na página do evento no Facebook, o grupo classifica a ação como “higienismo, preconceito e segregação”.

"O modo como a ação policial está agindo com os dependentes que frequentam essa região vai contra o trabalho que ONGs realizam há anos com essas pessoas. Os dependentes estão machucados e feridos", afirmou Bruno Ramos Gomes, presidente da ONG Centro de Convivência É de Lei, que realiza desde 2003 um trabalho na cracolândia e participa da organização do "churrascão".

LOCALIZAÇÃO DA CRACOLÂNDIA

  • Arte UOL

Críticas à ação

As críticas à operação Centro Legal vêm crescendo e, no último dia 10, o Ministério Público de São Paulo instaurou um inquérito civil para apurar os objetivos, responsabilidades e eventuais atos de violência praticados na ação integrada pela Polícia Militar.

Segundo os promotores de Habitação, Direitos Humanos (Inclusão Social e Saúde) e da Infância e Juventude, a ação foi desarticulada porque não ofereceu aos dependentes químicos expulsos da cracolândia nenhum atendimento baseado nos eixos saúde-assistência social-educação-moradia-segurança. “O tráfico de drogas é uma questão de polícia, mas o dependente químico, não. O dependente é uma questão de assistência social e saúde”, enfatizaram os promotores em entrevista coletiva concedida na terça-feira (10).

A Defensoria Pública de São Paulo informou na quarta-feira (11) que já coletou 32 denúncias de abusos cometidos durante a operação policial, segundo reportagem da Folha.

Segundo o coordenador do núcleo de Direitos Humanos do órgão, Carlos Weis, são casos "exemplificativos" de como a Polícia Militar e a Guarda Civil Metropolitana estão agindo. Para ele, os métodos das corporações são "absolutamente exacerbados, em face das pessoas, que são pobres, miseráveis e desarmadas".

Já a Secretaria de Segurança Pública alega que a ação é acertada, e não tem prazo para terminar. (Com reportagem de Bia Rodrigues, de São Paulo)