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Henrique519

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Para ministro da Justiça, escutas da PF no caso Carlinhos Cachoeira não são ilegais

10/04/2012 00:02

 

O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, disse hoje (9) que as escutas telefônicas colhidas pela Polícia Federal para a Operação Monte Carlo não são ilegais. Na semana passada, o advogado do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO) contestou a legalidade das gravações de conversas entre o empresário Carlos Augusto Ramos, conhecido como Carlinhos Cachoeira, e o parlamentar.

Para o advogado do senador, Antonio Carlos de Almeira Castro, conhecido como Kakay, o Ministério Público Federal e a Justiça Federal em Goiás deveriam ter pedido autorização ao Supremo Tribunal Federal para fazer as gravações telefônicas da Operação Monte Carlo porque Demóstenes Torres tem foro privilegiado por ser senador da República.

De acordo com Cardozo, a Polícia Federal seguiu a ordem da Justiça para gravar as conversas. “Ninguém nunca investigou objetivamente os parlamentares. Estava-se investigando o empresário Carlinhos Cachoeira, agora, se parlamentares conversam com ele, o problema é outro”, disse.

Dez frases de Demóstenes Torres, antes e depois da crise

 
 
 
 
 
Foto 1 de 10 - "É intolerável sob qualquer critério que o presidente utilize a estrutura funcional do Congresso para cometer crimes", afirmou o senador ao criticar o colega Renan Calheiros, acusado de cometer irregularidades, em 2007 Mais 09.out.2007 - Lula Marques/Folhapress

De acordo com o ministro, o foro privilegiado deve ser entendido como uma garantia e não serve para fazer com que pessoas que cometam atos ilícitos sejam acobertadas. “A Polícia Federal fez o seu papel, agora cabe ao Judiciário decidir”.

A relação entre Demóstenes Torres e o empresário Carlinhos Cachoeira começou a ser divulgada pela imprensa poucos dias após a deflagração da Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que resultou na prisão de Cachoeira e mais 34 pessoas no final de fevereiro. Inicialmente, Demóstenes foi acusado de receber, em seu casamento, presentes caros de Cachoeira. O senador também negou conhecer as atividades ilegais do empresário.

Mas, o vazamento para a imprensa de interceptações telefônicas colhidas pela Polícia Federal mostrou, no entanto, que além de conhecer a atuação de Cachoeira, Demóstenes também participava do esquema, interferindo a favor do empresário em assuntos políticos e obtendo em troca o repasse de dinheiro resultante da exploração do jogo ilegal em Goiás.

Na semana passada, o Supremo autorizou a abertura de inquérito para investigar a participação de Demóstenes no esquema. O relator do processo, ministro Ricardo Lewandowski, determinou a quebra de sigilo bancário do senador e pediu levantamento das emendas parlamentares do político.

Entenda as suspeitas envolvendo Demóstenes Torres

 
  • Alan Marques/Folhapress

    Carlos Augusto Ramos,o Carlinhos Cachoeira, ficou conhecido em 2004 após divulgação de vídeo que o flagrou oferecendo propina a Waldomiro Diniz, ex-assessor de José Dirceu

A Polícia Federal prende o empresário do ramo de jogos Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, durante a Operação Monte Carlo, que desarticulou um esquema de exploração de máquinas caça-níqueis em Goiás. Além de Cachoeira foram presas outras 34 pessoas. 

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