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Henrique519

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Mais de mil são detidos na Malásia durante manifestação por eleições justas Quer saber mais acesse www.uol.com.br

09/07/2011 12:57

 

Mais de mil são detidos na Malásia durante manifestação por eleições justas


Ao menos 1.401 pessoas foram detidas neste sábado durante um protesto contra o governo em Kuala Lumpur, onde a polícia bateu com cassetetes e usou gás lacrimogêneo e canhões de água para dispersar mais de 20 mil manifestantes.

Milhares de integrantes do coletivo “Bersih 2.0”, organizador dos protestos, se dirigiam ao estádio Merdeka ("Liberdade", em malaio) no momento dos confrontos, para realizar uma manifestação para pedir uma reforma eleitoral, segundo a imprensa local.

 

Polícia reprime protesto por eleições democráticas na Malásia

 
 
 
 
Foto 5 de 10 - Mais de mil manifestantes foram detidos em Kuala Lumpur, na Malásia, durante um protesto por eleições democráticas. A polícia usou cassetetes, canhões d'água e gás lacrimogêneo para dispersar a manifestação que reuniu 20 mil pessoas Ahmad Yusni/EFE

O líder da oposição, Anwar Ibrahim, organizador do protesto, deixou o local com ferimentos leves causados pelo gás lacrimogêneo. Já dirigentes de Bersih e outros representantes políticos foram detidos por apoiar a manifestação, conforme relatos da imprensa local.

Pelo menos uma dezena de pessoas ficou ferida. Não havia informações sobre ferimentos graves, mas alguns analistas disseram que a ação da polícia foi excessiva e vai prejudicar a imagem de Najib.

Desde a noite anterior, centenas de agentes das tropas de choque e caminhões com canhões de água isolaram o centro da capital, onde também foi suspensa boa parte do transporte público.

"Não há razão alguma para proibir a manifestação. Nos concentraremos no estádio Merdeka. Não somos um grupo violento de forma alguma", indicou Andrew Khoo, membro do comitê do Bersih ("Limpo" em malaio).

Khoo espera reunir cerca de 100 mil pessoas, mas a polícia isolou a cidade e detém todos os que vestem camisetas amarelas, a cor do Bersih.

"Achamos que a concentração no estádio vai colocar em risco a ordem e a segurança da população, por isso que rejeitamos o pedido", declarou o comandante Zulkarnian Abdul Rahman.

Bersih 2.0 decidiu convocar a mobilização no estádio depois que as autoridades colocaram entraves para autorizar a manifestação solicitada para ocorrer nas ruas pedindo reforma eleitoral, mas o segundo pedido também foi negado.

Na Malásia, as manifestações são ilegais se não contarem com a permissão das autoridades, o que raramente ocorre, sobretudo se o protesto for contra o governo.

Nas últimas semanas, a polícia deteve 150 ativistas do Bersih, dos quais 30 permanecem presos e 91 foram expulsos de Kuala Lumpur.

O sultão de Selangor, Sharafuddin Idris Shah, advertiu à população do perigo de participar da convocação, porque "este tipo de demonstração só acarreta problemas à população, altera a harmonia, ameaça a paz e arruína o bom nome do país".

A Malásia é governada pela mesma aliança de partidos desde a independência, em 1965, e o primeiro-ministro sempre foi da Organização Nacional para a Unidade Malaia (UNMO).

O primeiro-ministro, Najib Razak, que classificou de "absurdas" as críticas ao sistema eleitoral, responsabilizou os manifestantes pela violência e acrescentou que a manifestação foi minoritária.

"Se existem pessoas que querem realizar uma manifestação ilegal, existem muito mais pessoas contra seus planos", afirmou Najib, em declarações à agência "Bernama".

A chefia do Executivo sempre esteve nas mãos de um membro do partido de maioria malaia, a Organização Nacional Malaia Unidade (UMNO), que governou a Malásia desde a independência em 1957 em aliança com outros partidos de minorias chinesa e indiana.

No entanto, nas passadas eleições de 2008 a oposição conseguiu resultados históricos ao ganhar um terço das cadeiras do Parlamento, assim como os governos de cinco estados e na capital.

A coalizão opositora, na qual também participa o Partido Pan-Islâmico da Malásia (PAS), garante que pode vencer a coalizão governante nas próximas eleições previstas para o ano que vem e em 2013 se as reformas permitirem eleições justas e livres.

Em novembro de 2007, cerca de 50 mil apoiadores do Bersih se manifestaram para pedir eleições justas, mas o protesto foi dispersado com uso de gás lacrimogêneo e canhões de água e dezenas de pessoas foram detidos.

As autoridades justificam o autoritarismo diante da necessidade de manter a convivência em país de 28 milhões de pessoas composto por 50% de etnia malaia, 23,7% de etnia chinesa, 11% indígena e 7% de etnia indiana.