A Corregedoria da Câmara Municipal de Campinas (SP) e o Ministério Público vão investigar denúncia de um suposto esquema de compra de votos de vereadores para evitar a cassação do prefeito da cidade, Hélio de Oliveira Santos, o Dr. Hélio (PDT). O julgamento do processo de impeachment começou na manhã desta quinta-feira (18) e está prevista para acabar somente no sábado (20). Hoje, ocorreu apenas leitura do processo que resultou no pedido de cassação do mandato do prefeito. A denúncia de compra de votos surgiu após a gravação de uma conversa entre o vereador e aliado do prefeito Aurélio Cláudio (PDT) e o advogado Ricardo Marreti no último dia 9 de agosto. No encontro, o parlamentar teria afirmado, em conversa gravada sem o seu consentimento, que existe um processo de compra de votos de parlamentares para que rejeitem o relatório elaborado pela Comissão Processante. O prefeito e o vereador, que já foi presidente da Câmara, negaram a denúncia em notas oficiais. O advogado Ricardo Marreti encaminhou a gravação ao Ministério Público. Já o corregedor da Câmara, vereador Dr. Élcio Batista (PSB), anunciou que formará uma comissão para investigar a denúncia. Em um dos trechos gravados, o vereador Aurélio, depois de conversar sobre a negociação em andamento, teria dito que não queria um “centavo”, mas admite que, se pagassem as dívidas de campanha dele, “ficaria satisfeito”. O vereador divulgou uma carta na qual pede desculpas ao prefeito por citar a suposta negociação dos votos e admite que fez as declarações ao advogado para se livrar de cobranças por dívidas de campanha. Por meio de sua assessoria de imprensa, o prefeito alegou ter recebido a carta e afirmou que considera o assunto “encerrado”. Dr. Hélio começou a enfrentar um processo de impeachment após o alto escalão de seu governo ser citado em casos de corrupção investigados pelo Ministério Público. A primeira-dama e ex-chefe de gabinete, Rosely Nassim Jorge Santos, foi denunciada como chefe de um esquema de fraudes em contratos públicos. A primeira-dama e o vice-prefeito, Demétrio Vilagra (PT), também denunciado, chegaram a ficar foragidos após terem as prisões decretadas. O prefeito é julgado pelos vereadores por três casos investigados pelo Ministério Público: fraudes em licitações em contratos da Sanasa (empresa de saneamento da cidade); irregularidades e ilegalidades na aprovação de projetos de loteamento e empreendimentos particulares; e omissão da administração sobre instalações de antenas de telefonia celular. Este é o segundo mandato de Dr. Hélio. Caso seja cassado, quem assume é o vice-prefeito, citado diretamente nas acusações.LEIA MAIS
Entenda o processo